Mrs. Robinson

Pergunta o apresentador de um concurso televisivo: "Qual é o terceiro elemento da tabela periódica?"

Vivemos e orgulhamo-nos da era do conhecimento. Uma criança de dez anos já sabe o que um pensador da Grécia antiga podia apenas especular. Produtos tecnologicamente avançados estão disponíveis para o cidadão comum bem como são difundidos os seus princípios de funcionamento, o que não quer dizer que consigamos produzi-los no nosso quintal.

Vou colocar umas dezenas de milhões de humanos numa ilha isolada, com o pleno uso do actual conhecimento científico, tecnológico e empírico mas sem poderem levar nenhum artefacto (enfim, umas roupitas). Daqui a quanto tempo poderá alguém desta nova civilização que criei, ler um blog de internet? Não dúvido que demorariam muito menos tempo do que levaram os nossos antepassados até à geração actual. Ainda assim, os primeiros anos serão passados em actividades com o fim de suprir as necessidades básicas e a organização social. Com o passar do tempo as tarefas físicas ficam facilitadas com ferramentas re-inventadas. Produzir papel com base em plantas torna-se crucial para passarem da Pré-História à História e preservarem o conhecimento, pois a natureza segue o seu ritmo e o ciclo da vida cumpre-se. Algumas décadas depois, estes novos medievais conseguem a façanha de produzir alguns utensílios mecânicos mais evoluídos embora já saibam que a meia-vida do Urânio-238 é de 5 biliões de anos.
Consigo imaginar um novo Crusoe - vou chamar-lhe Alex-, num fim de dia mais bucólico, numa praia paradisiaca (até que não fui muito mau) a olhar a areia. Ele sabe que no que os seus pés calcam, existe sílica, cujo silício pode ser usado para produzir semicondutores, que podem produzir transistores que levam aos circuitos integrados e depois aos computadores. Mas para já a ambição é produzir energia eléctrica. Alguns já construiram pequenas "pilhas" mas que não ligam a nada. A extração de minério e a sua moldagem apenas começou agora.
Cem anos depois, uma sociedade algures entre a idade média e a era espacial prospera. Os primeiros colonos já desapareceram. Os seus filhos ainda se lembram das aulas que lhes eram ministradas e repetem-nas, por vezes sem saberem bem o seu significado.
Alex acaba de encontrar uma pepita de um material estranho. À sua frente tem uma carcomida tabela periódica dos elementos, o seu bem mais precioso. Dos mais de 100 elementos representados, cerca de 30 estão marcados. Será este o 31º?

Quando num concurso televisivo respondo mentalmente que o 3º elemento é o Lítio, o que realmente sei ?

Medal count

Com os jogos olímpicos, cá está o habitual quadro de medalhas por países. No entanto este quadro não considera nenhuma ponderação. Passo a explicar: Porque há-de uma selecção de futebol, basquetebol ou andebol ter apenas uma ou duas medalhas de ouro (masculino / feminino) quando outras modalidades têm 5 (badminton), 10 (ciclismo de pista), 14 (remo), 18 (luta), 34 (natação) ou mesmo 47 (atletismo)? Não estou a dizer que haja modalidades mais importantes do que outras (por acaso acho que há), mas tão-só que valham todas o mesmo na contagem. Porque há-de o futebol valer 20% do ciclismo de pista ou o basquete 10% da luta ?
Vamos lá começar a ponderar as medalhas por modalidade, ou então criar umas especialidades dentro do mesmo desporto. Exemplos ? Torneios de futebol para atletas com peso inferior a 50 (Liedson ?), 70 e 90 Kg, torneio de livres directos, torneio de 400 m slalom com bola e pontapés de canto directos. E pronto já estamos ao nível do badminton !