Pontes para o futuro


A série da BBC "O planeta humano" (RTP1 - 3as. 22h00) surpreende várias vezes em cada episódio. Por vezes parece abordar um planeta desconhecido (daqueles numa galáxia distante). Este último, dedicado às populações vizinhas de rios, terminou com umas inacreditáveis pontes vivas, feitas (deixadas crescer) com raízes vivas da àrvore-da-borracha, ao longo de décadas. Cultivada, cuidada e passada entre gerações, torna-se finalmente parte da malha viária  pedonal da região, sobre rios quase intransponíveis, de outra forma, na época das monções. Situam-se em Cherrapunji, Índia. Há um espírito diferente em plantar uma ponte para décadas mais tarde e repeitada por todos. Posso voltar a acreditar nas pessoas? 
    

99%

Movimento ocuppy wall st.-"Somos 99%" é o melhor slogan de sempre.
Espera...alguns de nós ainda têm emprego e umas férias ao sol, e acreditamos na meritocracia, não é? E não queremos trocar o certo pelo incerto e...
Já dizia o outro qualque coisa de parecido.

Clubismo


Neste Sábado à noite decorreu mais uma sessão de clubbing na casa da música do Porto, com um menu de degustação à volta do mesmo ingrediente: a guitarra.
De entrada uma Laetitia Sadier (vocalista dos Stereolab), com um projecto musical que não é para todos os dias, que classificaria como “ a bela e o monstro” , onde uma voz quase angelical contracena com o monstro de seis cordas, com distorção, deixado seduzir-se. Diria que ambos cantam “à capela” em vez de ser uma voz acompanhada à guitarra.
O prato de peixe calhou ao ex-Sonic Lee Ranaldo que apresentou, a solo, temas do álbum a editar em Março, numa versão com guitarra acústica ligada, não ao pedal de distorção, mas à central da EDP mais próxima. Houve momentos em que mais pareciam três ou quatro no palco (mas uma banda faz falta).
O verdadeiro manjar veio a seguir com Dean Wareham (guitarrista dos Galaxie 500) , a passar pelos temas da banda de que foi mentor. Após dois pratos de degustação chegou a costeleta de vitela com batatas fritas e ovo. Notei uma total afinaçao com o baixo, mas sabendo que se tratava da mulher de Dean (e sua colega no projecto musical - Dean & Britta), poder-se-á dizer que é uma questão de intimidade. Um feeling blues na guitarra ora planante sobre os espasmos da secção rítmica, , ora imersa nestes.Uma sonoridade potente mas precisa. Voz (e letra) etéreas. Como diz o “Mar superior”: Galaxie 500 000 000.

O sal da luz

Miguel Neiva é um designer Português que criou um sistema de códigos para identificar cores (coloradd), ajudando os daltónicos. Podem ver estes códigos, p.ex., no esquema das linhas do metro do Porto. Este sistema está a caminho de se tornar universal. Bem feito. 
Miguel Neiva no Tedx Porto aqui.

Bebe mais um copo


Há alguns temas da música ligeira Portuguesa que passaram a míticas, ainda cantaroladas nos bons e maus momentos de um longo dia de trabalho, em jeito de fado. Para mim um desses temas é o "play-back" do Carlos Paião. Serve isto para dizer que os "Virgem Suta" chegaram finalmente ao Porto, carregados de garrafões e o humor de taberna, como uns "The Pogues" alentejanos orgulhosos. Decidiram ofertar à plateia, a sua interpretação do "play-back". Bem-haja. Foram uns "Virgem Suta" agradecidos. A "família" ficou completa com o Hélder Gonçalves e a Manuela Azevedo. Claro que foi muito bom. Obrigado nós.