Como tudo na vida, nada é perfeito. Mesmo um festival alternativo tem que fazer concessões, e no Primavera sound tal vinha com horas marcadas. Assim a um pôr de-sol Indie (ainda que com excesso de bandas americanas sobre as inglesas), sucediam-se noites mais síncopadas, no pior sentido do termo. Até o público parecia oscilar entre music lovers e outros em que a música (e um festival de música) é pretexto.
Das coisas boas vou lembrar a vista da pradaria até aos palcos, com gente e toalhas de merenda, os estrangeiros que visitaram a cidade, a boa disposição de Rufus, a teatralidade de Mercury Rev, a entrega de Flaming lips, o encantamento de solos de guitarra infinitos dos Yo la Tengo e o profissionalismo de Wilco e Yann Tiersen.
A concepção do festival foi brilhante (por vezes senti-me em Coachella) e a organização, profissional, apenas cometeu o erro capital de não ter antecipado o encharcamento do palco principal, que levou ao cancelamento de Death cab for Cutie. A melhorar: nenhuma iluminação nos acessos à zona ajardinada. Quanto ao cartaz, e percebendo a questão comercial, creio que com 4 palcos seria possível criar um reduto "não-dançável", após as 23 horas.
Melhor banda: Yo la Tengo;Banda que prometo ouvir melhor após o festival: Beach house;
Banda que prometo não ouvir, embora competentes: The XX (M83, nem me dei ao trabalho);
Banda "o que estou aqui a fazer?": The rapture;
Banda "ainda bem que assisti": The Drums;
Banda desconcertante: Other lives;
Banda surpresa: Veronica falls.
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