Essa pena que sinto a ver velhas fotografias de gente desconhecida. Estamos sempre um respirar atrás do presente.
Nas fotografias de família dos anos setenta, no matraquear surdo das películas de super-8, nos discos de vinil, nos telemóveis da geração anterior. Os coletes de fazenda coçada comprada a metro e os anoraques de corte esquimó. Os relógios digitais com números de côr cinza tecnológica. Rádios despertadores a imitar placards de gare de comboios. Mais um pôr de sol a suspender o Verão. As camisolas do Mundial do México. Os brinquedos made in Taiwan.
O futuro não chega jamais, apenas vamos perdendo o presente.
Essa pena que sinto a ver velhas fotografias de gente desconhecida, sinto-a eu.
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