8 de Agosto de 2008, às 08 H 08 m
Preparem-se para ficarem deslumbrados. A nação de 1,3 biliões de habitantes está a receber os jogos olímpicos. Trata-se do 2º PIB do mundo, mas o 85º per capita. A sua ecomomia cresce acima do 10% ao ano mas é apenas 84º País do mundo em termos de mortalidade infantil. Este poderio económico está aliado a um regime de "pensamento único" que quer mostrar e mostrar-se. Uma geração de filhos únicos (política de um filho por casal) é agora adulta. Um país, dois sistemas. Duas classes de cidadania (rural e urbana). O fantasma da Praça da Paz Celestial.
As meninas já coreografam as cerimónias de entrega das medalhas, com o primor, graça e empenho que as imagens documentam. Irá ser perfeito. A cerimónia de abertura está marcada para 8 de Agosto de 2008, pelas 08 h 08m e não é coincidência (O 8 significa prosperidade na cultura chinesa).
A União Soviética durou onze anos após as sementes de Moscovo 80...ou talvez não tenha nada a ver...
A União Soviética durou onze anos após as sementes de Moscovo 80...ou talvez não tenha nada a ver...
Enclaves do passado II - Porto 1900
“A máquina” nr.5 , uma Henschel, partia agora da Boavista, atrelada de carruagens trazidas por mulas, de diversas partes da cidade.
É uma caixa de ferro tosca, de janelas rasgadas, com uma enorma caldeira no interior que desce a avenida ladeada de árvores nuas no cinzento de uma tarde de Outono. A curva à esquerda, depois do apeadeiro da Fonte da Moura (bastante mais acima do actual cruzamento) corta a monotonia e faz a composição “voar” sobre a rua de Tânger em direcção aos campos da Ervilha. Após a praça do Império surge a estação de Cadouços, na Foz (perto de onde se situa actualmente a esquadra de polícia).
Doravante, o carro a vapor da “companhia de cima” (assim denominada por oposição à “companhia de baixo” que explorava a linha marginal) serpenteava para um lado e para o outro das velhas ruas, parecendo procurar no túnel (da rua com o mesmo nome) mesmo por baixo do farol da Foz, o conforto da toca. Do lado de lá, o acumular do vapor e escuridão explode numa sofreguidão de ar fresco e luz. A rua de Gondarém surge pela frente, bastando vencer o desnível que o viaduto da rua da Agra permite.
Ficamos aqui, das escadas do antigo contraforte ao lado do Pomar da Agra, vendo a máquina desaparecer a caminho do Castelo do Queijo.
O último plano fecha-se, em diafragma, com a palavra FIM !
Entre 1878 e 1914, antes da electrificação da marginal, “a máquina” reinava no labirinto das ruas de uma Foz mágica. A cidade ainda guarda algumas pedras felizes. Em 1882 António Nobre escrevia o seu primeiro poema.
Vamos a banhos ?
Foto: Antigo viaduto de cadouços - Foz (a coluna de pedra em primeiro plano ainda existe).É uma caixa de ferro tosca, de janelas rasgadas, com uma enorma caldeira no interior que desce a avenida ladeada de árvores nuas no cinzento de uma tarde de Outono. A curva à esquerda, depois do apeadeiro da Fonte da Moura (bastante mais acima do actual cruzamento) corta a monotonia e faz a composição “voar” sobre a rua de Tânger em direcção aos campos da Ervilha. Após a praça do Império surge a estação de Cadouços, na Foz (perto de onde se situa actualmente a esquadra de polícia).
Doravante, o carro a vapor da “companhia de cima” (assim denominada por oposição à “companhia de baixo” que explorava a linha marginal) serpenteava para um lado e para o outro das velhas ruas, parecendo procurar no túnel (da rua com o mesmo nome) mesmo por baixo do farol da Foz, o conforto da toca. Do lado de lá, o acumular do vapor e escuridão explode numa sofreguidão de ar fresco e luz. A rua de Gondarém surge pela frente, bastando vencer o desnível que o viaduto da rua da Agra permite.
Ficamos aqui, das escadas do antigo contraforte ao lado do Pomar da Agra, vendo a máquina desaparecer a caminho do Castelo do Queijo.
O último plano fecha-se, em diafragma, com a palavra FIM !
Entre 1878 e 1914, antes da electrificação da marginal, “a máquina” reinava no labirinto das ruas de uma Foz mágica. A cidade ainda guarda algumas pedras felizes. Em 1882 António Nobre escrevia o seu primeiro poema.
Vamos a banhos ?
Enclaves do passado - I
Foto: Matosinhos - Marca da linha de comboio que existiu até 1962. Hoje ainda "nascem" prédios divididos por ela.
45 anos depois da supressão da linha férrea Senhora da Hora – Matosinhos, a sua marca ainda se faz notar em alguns percursos urbanos.
Nasceram prédios ainda divididos pela memória (mesmo que esta seja uma pura questão burocrática) da vontade colectiva e do moldar do futuro.
Inicialmente a linha serviu para trazer pedras da pedreira de S.Gens para as obras de construção do porto de Leixões. Abriu comercialmente em 1893 e foi suprimida em 1962. Leça da Palmeira, Senhor do Padrão, apeadeiro do Prado ou “concreto”, Vilarinha e Senhora da Hora são alguns dos locais percorridos. "...Atenção à sua partida!"
Nasceram prédios ainda divididos pela memória (mesmo que esta seja uma pura questão burocrática) da vontade colectiva e do moldar do futuro.
Inicialmente a linha serviu para trazer pedras da pedreira de S.Gens para as obras de construção do porto de Leixões. Abriu comercialmente em 1893 e foi suprimida em 1962. Leça da Palmeira, Senhor do Padrão, apeadeiro do Prado ou “concreto”, Vilarinha e Senhora da Hora são alguns dos locais percorridos. "...Atenção à sua partida!"
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