De A para B, com duas voltas à rotunda



O concerto começara. O Matt asssumiu a posição quase fetal "a duas mãos" sobre o microfone.
O meu carro planava na estrada vazia, sob o pôr-do-sol. Essas são as estranhas tardes em que cada semáforo é uma dádiva e o objectivo é não chegar antes da música. Mas agora a batida marcial entrecortada, mas agora a guitarra cristalina, mas agora a voz susurrante, e agora eu , mas agora eu, mas agora eu. Outros carros passam em vôo nupcial. O travão de mão esganiçou-se. As cordas ainda vibram soltas do seu constrangimento. O silêncio perdura. A ignição continua ligada. As luzes do Coliseu acendem.


(The National - Coliseu do Porto, 23 de Maio de 2011)

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